terça-feira, 21 de outubro de 2008

Postão

Deus

Churrasco em casa. A maioria das pessoas já havia ido embora, restavam apenas Bela, Tatan, Bia eu, Gui e Mac. Quando eu fui fazer a derradeira mamadeira do Gu, o que me levaria a libertação total de obrigações naquela noite. Quando enchi a maledetta de leite, ao colocar sobre a mesa - que é de ripas de madeira, mas estava coberta por uma toalha - coloquei num vão entre uma ripa e outra e a deu-se a merda. A mamadeira caiu, molhou a toalha, molhou o chão, enfim, uma meleca só. Me pus a limpar, com resignada paciência, quando entra o Gui na cozinha, fica parado ao meu lado, observando e diz:

- Deus não existe, né, Cabela?

Depois disso eu só fiz rir e concordar com ele.

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Associação de Idéias

Semana passada, indo colocar o Gu na cama, eu fui lhe dizendo que ele deveria ser obediente, para merecer os presentes que iria ganhar no dia das crianças que se aproximava. E além do dia das crianças tem também o Natal também. Pois o Papai Noel não trás presentes pra crianças desobedientes. Depois dessa explanação segue o seguinte diálogo:

- Mas mãe, aqui nem tem neve!
- Mas tem Natal do mesmo jeito.
- Mãe, quando essa casa ficar velhinha, e a gente tiver que mudar daqui, eu quero ir "pro" São Paulo!
- Por que pra São Paulo, meu filho?
- Por que lá tem neve!
- Ixi, Gu, lá não tem neve não. Não tem neve em nenhum lugar do Brasil.

Ele faz um muxoxo e em seguida, pensativo, pergunta:

- E na Alemanha? Tem neve?
- Lá tem!
- Então eu quero morar na Alemanha!

E aí o rapazinho ficou com essa história de Alemanha pra lá e pra cá.

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Ainda na Alemanha

O Gu havia me feito alguma má-criação, da qual eu já nem me lembro, e eu dei uma bronca nele. Contrariado, ele começou:

- Eu não gosto mais de você, mãe!
- Puxa, Gu, que pena...
- E eu vou me mudar daqui!
- Ah, é? E eu posso saber pra onde o senhor vai?

Nisso ele ficou um tanto desconcertado, com ar de desafio, ensou por uns 10 segundos e mandou:

- Pra Alemanha!

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Conclusão

Aí eu concluí que ficar chamando o Gu de Alemão está causando uma certa confusão na cabecinha dele. Tipo, quero voltar pra minha pátria! Me sinto um peixe fora d'água!