Vou acrescentar uma história que me foi contada ontem por uma amiga que tem relação com a discussão do último post, aliás, riquíssima por sinal.
Essa amiga foi passar o carnaval no litoral, em sua casa que é bem espaçosa. Ela é solteira e sem filhos e foi acompanhada da mãe, irmã e dois sobrinhos. Como havia lugar para mais pessoas, convidou uma amiga que, por sua vez, pediu para levar a irmã e o sobrinho. Tudo bem, é claro. Afinal, com espaço disponível, os três meninos iriam brincar pra valer.
A coisa ficou um pouco complicada quando a irmã da amiga avisou que levaria a babá do garoto, que tem quase de três anos. Aí, essa minha amiga discordou. “Afinal – disse ela – o menino já iria acompanhado da mãe e da tia e ainda precisaria de uma babá?”.
Esse tem sido o espírito de muitos pais: o de levar o filho para divertir-se – criança adora praia, não é verdade? – mas sem deixar de garantir o seu sossego também. Mas sossego com filho pequeno, só mesmo quando eles dormem ou estão com outras pessoas cuidando ou na escola, e olha lá!
Ter filhos é uma tarefa que demanda muito trabalho. Como alguém escreveu nas discussões, não dá para ter filho e viver como se não o tivesse tido. Mas, parece que neste nosso tempo acreditamos que tudo é possível: casar e estabelecer outras relações amorosas, ter filhos e continuar a ter sossego e a se divertir como antes, envelhecer e manter-se jovem etc. Como fica a vida vivida dessa maneira? Bem descompromissada.
Minha amiga fez um comentário que me pareceu muito semelhante a alguns que a Sylvia já postou aqui: esse exagero de amor que alguns – eu disse alguns! – pais expressam pelos filhos pode mostrar apenas uma compensação. Com tanto amor, eles tentam compensar a pouca generosidade que têm com os rebentos. Bem realista essa idéia, concordam?
O que vocês acham? Heim??
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